Seja bem-vindo(a)...

Dormente que assenta o trilho.
Que dorme... Indiferente!
E no balouçar das máquinas e dos vagões
- estremece. Não mexe. Aceita a sina.
Que paralela ‘trans-passa’ seu dorso
Na ânsia de vê-lo passar. Quem?
Rotineiramente, o trem.
Não necessariamente...
(Prof. Joceny)







quinta-feira, 15 de abril de 2010

UM SONHO DE LIBERDADE

UM SONHO DE LIBERDADE! Um – mero - refletir...
Prof. Joceny Possas Cascaes. joceny@terra.com.br

Assisti ao filme: “Um sonho de Liberdade” com Tim Robbins. Considerei um daqueles momentos graciosos em que o ‘eu’ da gente mexe. O sujeito – Diretor de um grande banco - é condenado à prisão perpétua por ser considerado o assassino de sua esposa e do seu amante. Vive cenas de pavor, seguidas de brigas, ódio e de humilhação em seu cárcere. Faz ‘amizades’ e firma uma com o ‘cara’ que é conhecido por conseguir ‘quase-tudo’ naquele cubículo. Passa vinte anos preso e sem que ninguém perceba, arquiteta um plano - eficaz - de fuga. No transcorrer do filme, descobre-se que ele é inocente e manda-se matar o ‘cara’ que poderia servir como sua testemunha. Esperanças - quase – perdidas que foram realimentadas.
O filme é bem mais complexo e completo do que foi descrito. No entanto, penso que seja bom quando nos sentimos envolvidos por algo. E o filme, deveras, seduziu-me. Prisão, rancor, abandono, sonho, esperança, liberdade... Engraçado! Estou em liberdade e, por vezes, sinto-me um prisioneiro. O que você está querendo dizer? É que sou prisioneiro de mim mesmo, das leis, do outro, do meu trabalho... Pois, talvez, liberdade seja o cárcere de quem sabe se portar socialmente. E eu penso que não aprendi – integralmente – a me portar no meio social. Por isso, algumas vezes, sinto-me liberto e, em outras, transformo-me num presidiário de mim mesmo.
Para Leonardo Boff “Libertação significa a ação que liberta a liberdade cativa. É só pela libertação que os oprimidos resgatam a auto-estima. Refazem a identidade negada. Reconquistam a pátria dominada e podem construir uma história autônoma, associada à história de outros povos livres”. Liberdade!? Essa ‘coisa’ que faz com que tenhamos que nos comportar de acordo com a cultura com a qual interagimos? Posso ir, sempre, à praia de calça jeans e de sapato; à casa de campo de ‘sunga’; ao casamento, em que todos estão de traje chique, de traje esportivo; a uma entrevista de emprego de bermuda; fazer uma viagem de carro, com a família, numa velocidade média de cento e vinte quilômetros horários e levar sorte de não sofrer um acidente ou de ser multado...
Será que posso fazer essas coisas realmente? Tenho que estar – totalmente – desprovido da noção do que é certo e do que é errado ou, quem sabe, sentir-me um ser diferente dos demais, tipo um anarquista assumido, para poder em constância fazer o que deixa de ser comum ao social. Diz um ditado popular: “se você vai a Roma, seja um romano”. Assuma modos parecidos aos do povo daquele país, mesmo que você se sinta um peixe fora da lagoa. Somos seres que costumam, com o tempo, se adaptar. No entanto, essa tal liberdade sempre me pega de surpresa. Quando desejo realizar algo que infringe as leis ou as normas sociais, acabo por ter que repensar minha atitude em respeito e em cuidado a mim e ao outro.
Percebo que a liberdade, em sua essência, deixa de existir. Em minha própria casa, muitas vezes, sinto-me um prisioneiro. Nem os animais podem ser considerados livres. A cadeia alimentar, a desumanidade e a ambiência, muitas vezes, não permitem. Mas, o filme a que assisti, que aborda o tema liberdade, fez-me refletir! Vinte anos encarcerado, pagando por um crime que não se cometeu. Numa certa noite, o plano de fuga que se sonhou e não foi abandonado durante esses, quase eternos, anos, dá certo. Enfim, a liberdade alcançada. Algumas questões da nossa vida são diferente daquilo que pensamos ser. Sou um cidadão liberto que vive a sentir-se como um preso, por causa de inúmeros motivos já abordados que, muitas vezes, são fantasiosos. Urgente! Preciso rever meus princípios. Ei! Começo a sentir-me um ‘cidadão-livre’ – dentro, é claro, dos limites pessoais e sociais...

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