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Dormente que assenta o trilho.
Que dorme... Indiferente!
E no balouçar das máquinas e dos vagões
- estremece. Não mexe. Aceita a sina.
Que paralela ‘trans-passa’ seu dorso
Na ânsia de vê-lo passar. Quem?
Rotineiramente, o trem.
Não necessariamente...
(Prof. Joceny)







quinta-feira, 15 de abril de 2010

MEIA-NOITE: e o meio-dia!

(CRÔNICA) MEIA-NOITE: e o meio-dia!
Prof. Joceny Possas Cascaes. joceny@terra.com.br

Há uma ‘meia-noite’ que começa às 19h e termina às 5h da manhã. No entanto, o ‘meio-do-dia’ começa às 5h e termina às 19h. Será??? Portanto, o dia se torna maior do que a noite. Mas, se o dia tem 24 horas, a noite terá quantas horas? Isso é um tanto complicado. Perco-me nas noites e me encontro nos dias. Às vezes, ao contrário – distancio-me de mim mesmo durante os dias. Mas, no final, sempre encontro o que quero. Pode demorar, mas acho. O problema é quando não sei o que perdi e nem o que quero encontrar. À meia-noite é quase sempre enigmática. É a hora dos sonhos ou dos pesadelos; de assistir ao bom filme ou de ler; de simplesmente ficar acordado; ser o nobre momento dos que a desejam. Mas, pode ser a hora do embalo da festa. O momento ‘ofegante-proveitoso’ da balada. Para quem gosta! - Claro?
Não? Que bom!!! O escuro é o reverso. Nesse caso, o lado contrário ou avesso ao que se observa. Ao deixar de estar claro, a tendência será ficar escuro! Quem sabe... Poucas ‘coisas’ fazem parte da lista das afirmações. No entanto, o ‘meio-dia’ é pungente, reflexivo. Golpeia-nos com a sensação da clarividência, com a essência daquilo que se vê com clareza. Mais um ‘meio-dia’ pela frente. Quem bom!!! Perplexidade do dia ou de uma noite que advém ou que há de vir. Ponteiros de um relógio que se unirão novamente, superiormente. Um maior, outro menor. Doze ou vinte e quatro batidas. Meramente, sentidas.
Um meio que pertence ao dia e outro que se entrega à noite. Ambos fazendo parte do espetáculo do dia, quando considerados vinte e quatro horas. É que a noite está embutida, foi curtida ao dia. Tornaram-se irmãos inseparáveis. Mas, a realidade do dia não é a mesma da noite. Por quê? No cair da noite há tempo para se curtir os momentos de nostalgia, e no dia há muita correria. Nem sempre foi ou será assim. Em tudo há um fim! Isso pode ser chamado de ‘re-inícios’. Novas oportunidades. A noite acaba e surge o despertar do dia. Uma ‘re-inovada’ noite vem, mas um dia que se vai.
Tudo volta, transformado. Nada é por acaso! Os acasos são casos que pensam ser diferentes. O calor da noite está no segredo de se viver bem o dia. Segredo? É algo que não deve ser revelado. Nisso há mistérios cheios de segredos reveladores dos momentos que se tornam enigmáticos. É que o segredo deve ser revelado naturalmente, caso contrário, guardado. A meia-noite revela-se, diariamente, ao meio-dia, mas continua guardando seus casos secretos. É que o dia e o seu meio também são possuidores de sigilos. Quem não os tem? Reforça-se a importância que tem o dia na vivência da noite.
Inexiste noite sem dia e vice-versa. Um ‘in-dependente’ do outro. Quando a noite chega traz junto parte significante do dia. Noites não surgem por acasos. Lembra-se que os acasos inexistem? Assim como os dias, às vezes, restabelecidos, retornam para propiciar mais um espetáculo de luz, de sintonia interior. Sinfonia! A busca da harmonia. Mesmo que seja desarmônica. Basta encontrar-se na desarrumação. Quem é organizado, que bom! Mas organização não é tudo. O que importa é a aceitação, a viração e o entendimento daquilo que se costuma ser.
Penso que as ‘meias-noites’ e os ‘meios-dias’ são divergentes. Nunca se manifestam organizados. Uns gostam mais das noites e outros, dos dias; há os que preferem as auroras, e os que curtem os ocasos (nada de acasos). O entardecer é lindo, o amanhecer também. Imagine as noites? São mágicas, tranquilas, sedutoras, serenas... Ah! O orvalho ‘refrescante’ que consola; a paixão que se transforma em amor e que, nessa hora, entrega-se. O dia ‘re-nasce’, chega seu meio. Embevecida, a ‘meia-noite’ continua a esperar a passagem desse dia. E nessa espera lancinante, descansa acordada para bendizer o meio-dia e todo o seu novo dia. É que as meias-noites estão nos meios-dias e os dias descansam na paz de espírito das noites que são acolhedoras. Meias e meios que tornam solenes os dias e também as noites. Prontos para serem saboreados!

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