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Dormente que assenta o trilho.
Que dorme... Indiferente!
E no balouçar das máquinas e dos vagões
- estremece. Não mexe. Aceita a sina.
Que paralela ‘trans-passa’ seu dorso
Na ânsia de vê-lo passar. Quem?
Rotineiramente, o trem.
Não necessariamente...
(Prof. Joceny)







quinta-feira, 15 de abril de 2010

IM-POTÊNCIA!

(CRÔNICA) IM-POTÊNCIA!...
Prof. Joceny Possas Cascaes. joceny@terra.com.br

Há um fenômeno interessante que acontece com algumas sociedades de ‘vespas’. A rainha, enquanto produtiva, expele um cheiro característico (uma substância química – feromônio) que, nesse caso, serve para intimidar e mostrar quem ‘manda’ naquela sociedade. No entanto, quando essa substância acaba, as ‘guerreiras-filhas’ percebem e começam a agir celeremente: instintivamente, atacam, em grupo, a ‘vespa-mãe’ e a matam. Havia uma potência, uma capacidade sexual que, quando acabou, tornou vulnerável a rainha. Por quê? Simplesmente, porque deixou de servir!!!
‘Potência’ é uma força aplicada, uma capacidade de realização, uma representação de virilidade, um poderio... Poderio? ‘Yes”!!! Poder se transforma em potência. Tipo o ‘cara’ que toma um energético ou que vai à academia malhar e que utiliza anabolizantes para se sentir mais forte. O ‘viagra’ pode ser utilizado como outro exemplo de aparente ‘poder’ viril. As bebidas alcoólicas, alguns remédios, as ‘drogas’ do submundo social, também. Mas cuidado! Com o quê? Com os efeitos colaterais ou com as frustrações que podem advir quando se utilizam esses subterfúgios. É que essas ‘coisas’ fazem parte do rol das irrealidades. Deixam de ter concretude!
É lógico que, além dos exemplos citados, existem outros. Essas ‘potências’ são uma maneira de enfeitar, de disfarçar ou de tentar dar brilho a ‘impotência’. Ei! Você não consegue clarificar o assunto? Vá por parte! Vejamos... Quando uma pessoa enfrenta outra numa eloquente discussão, é possível que se faça presente o ‘poder’ de persuasão, aliado ao da intimidação. Nesse caso, pode-se sentir medo pelo fato de se perceber ‘potência’ na pessoa com a qual se lida. Assim, acaba-se por se sentir frustrado ou ‘impotente’ mediante o ‘assustar’ da pessoa que demonstra ter ‘potência’ (poder, força...). Essa sensação de ‘impotência’ pode resultar em recolhimento da pessoal ‘guarda’.
Mas essa atitude poderá fornecer ‘poder’ ao outro também e, quem sabe, isso resultará em briga ou numa postura que deixará de aceitar a intimidação. Pura noção de ‘potência’ com fortes resquícios de ‘impotência’. A perda de um ente querido; o término de um namoro; uma discussão; um acidente; a falta de dinheiro, o leite derramado... São acontecimentos que, muitas vezes, transformam-se em ‘impotências’. Existem momentos em que a ‘potência’ precisa ser elevada... Tentarei clarear! Diz o ‘Aurélio’ que ‘elevar a uma potência’ é multiplicar uma quantidade por si mesma tantas vezes quantas forem as unidades da potência. Uma vez um, resultado, um.
No entanto, quando se dobra uma potência, o resultado será quatro. O sujeito foi ao consultório médico (retorno) mostrar os exames e foi alertado que teria – aproximados – seis meses de vida, e viveu mais dez anos. Outro, mal sabia nadar, mas quando o barco em que estava virou, há uns dois quilômetros da costa, conseguiu – embora exausto – chegar com vida à praia; um acidente de carro fez com que uma das pernas (a partir da parte superior do fêmur) do acidentado precisasse ser amputada, depois de recuperado passou a fazer coisas que antes nunca se atreveu fazer: subiu uma torre de telefonia celular com mais de quarenta metros de altura, com uma perna só.
‘Impotência’ é ver ou escutar algo errado e não poder fazer nada; é presenciar as agressões ao Planeta e se calar; é um ‘eu’ meramente egocêntrico; é perceber – silenciosamente - que as leis, em geral, favorecem os mais fortes; é um entregar-se antes que a viagem acabe... Quando a ‘potência’ enfraquece começa-se a se sentir como a ‘vespa-mãe’. Forças antagônicas ‘naturais’ darão conta de derribar o que dantes fornecia ‘potência’. Com o passar do tempo, o enfraquecimento é inevitável. Impotência à vista! Mas, o que é pior? Um idoso ou um jovem que se sentem ‘impotentes’? Há um fator de ‘potência’ proporcional que está dentro de cada um e que tem a ver com as histórias pessoais de vida. ‘Potência’ não é uma constância... Mas, como é ruim entregar-se à ‘impotência’, sem ao menos ‘re-lutar!!!

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