Seja bem-vindo(a)...

Dormente que assenta o trilho.
Que dorme... Indiferente!
E no balouçar das máquinas e dos vagões
- estremece. Não mexe. Aceita a sina.
Que paralela ‘trans-passa’ seu dorso
Na ânsia de vê-lo passar. Quem?
Rotineiramente, o trem.
Não necessariamente...
(Prof. Joceny)







sexta-feira, 16 de abril de 2010

PENSAMENTOS DE PROF. JOCENY

Essa paixão!
A paixão é sempre temerosa.
Teme a saudade, a perda e a volta.
Teme o ‘des-encontro’, o tempo e o porvir.
Teme o ‘des-encanto’, o ‘des-afeto’ e o partir.
Teme a melodia, a arte e a nostalgia.
Teme a tristeza, a alegria, teme o nada, quem sabe, o tudo.
A paixão – meramente - teme-se...


Desajeitada paixão itinerante,
Que retumba ao pulsar.
Centelha insinuante
De um coração a bailar.


Matemática da Paixão!
Os elementos são dois.
O ‘x’ é a incógnita e o
‘y’ a determinação.
O ‘x’ e o ‘y’ estão juntos.
Então, nesta conta existe fração?

Na mesa o candelabro com a vela.
O fino vinho deitado sobre o aparador.
Sentados a mesa, eu e ela.
E na paz reinante de um momento oportuno
Insinuações desejosas de ‘contatos’ embevecidos de amor.


BEIJAR:
Beijo apaixonado, fomentado pelo ‘não-pudor’.
Puro, gracioso, repleto de amor.
Ah, que calor! Que íntima sensação corpórea.
Ato propício, dependente. Provocador!


O limite do saber reside no ponto
Exato em que começamos a perder
O interesse por ele.

quinta-feira, 15 de abril de 2010

APELIDOS!

(CRÔNICA) APELIDOS! Coisas de jovens!?
Prof. Joceny Possas Cascaes. joceny@terra.com.br

Maguila, Beiçola, Bolinha, Bolinho, ‘Bitoneira’ (quem sabe, um derivativo de betoneira), Godoy, Cabeção, ‘Mechico’ e assim por diante. Tenho dúvidas! Daquelas que são próprias para o pessoal crescimento. Os ‘apelidos’ devem ser considerados adjetivos próprios? Quer dizer, as iniciais devem ser escritas com letras maiúsculas ou minúsculas? Como sinal de prevenção, escrevi-as com ‘caixa alta’. Caixa alta? Sim! No tempo das máquinas de escrever você baixava as teclas laterais (hoje, nos micro computadores e similares é chamada de tecla ‘schift’) e o ‘carro’ (porque se movia) levantava. As letras minúsculas (caixa baixa) situavam-se na parte de cima das hastes que batiam na folha após o acionamento das teclas e as maiúsculas (caixa alta), na parte de baixo. Meros antagonismos!
Mas voltando a dúvida... Penso que escrevi os ‘apelidos’ com letras maiúsculas porque eles – sim - adjetivam, caracterizam – diferentemente – os seres de maneiras pessoais, próprias. São, em muitos casos, ‘substitutos’ de nomes. Alguns (jovens, pessoas em geral) não gostam de serem alcunhados, outros não se importam. No entanto, há os que preverem ser ‘apelidados’. Nesses casos, dá uma impressão de que os ‘cognomes’ representam alguma especialidade. Se alguém é ‘apelidado’ é porque se destaca de outra pessoa. Transforma-se em alguém diferente, ‘querido’ pelo grupo ‘sócio-cultural’ no qual está inserido.
Tudo é relativo até que alguém questione essa tal relatividade. Há um respeito a ser analisado nessa história que – ‘des-necessariamente’ – poderá deixar de ter um final. Final? As finitudes são enxertos casuais. Algo acidental! Quando uma história chega ao seu fim, abre-se o leque para novas oportunidades, para novas visões, para novas idéias... Mas, quanto ao respeito e a relatividade? É que as ‘alcunhas’ - quase sempre – possuem relação com algum traço da pessoalidade. Assim, quando ‘mexe’ e/ou prejudica o ‘eu’ deixa de ser bem-vinda. Alguém é chamado de bolinha, muitas vezes, porque é gordo, seu corpo representa algo que está fora dos padrões considerados normais. Então, algumas pessoas podem deixar de se importarem em ser chamadas pelos ‘apelidos’, outras detestarem!
O Jurista Rui Barbosa ficou conhecido como o ‘Águia de Haia’ por causa de um de seus inflamados discursos, numa ocasião em que representava o Brasil na ‘Conferência da Paz’ na cidade de Haia, Holanda. Com certeza, ele tinha orgulho do ‘apelido’ que lhe impuseram. Por quê? Talvez, porque esse tipo de ‘cognome’ represente algo que enleva, que dá brilho, que dá tonalidade e altivez a qualquer ser. Quer respeito, consideração e carinho maior do que esse? No entanto, há – uma determinada – graça na questão dos ‘apelidos’. Por quê? Quiçá, seja porque são ‘in-diferentes’, sádicos, naturais, representativos, eloquentes, questionadores, insinuantes, debochadores... E porque representam.
Você já ouviu falar da Agente ‘Noventa e Nove’, da Olívia Palito, do Seu Madruga, da Bruxa do ‘setenta e um’, do ‘Sapo Barbudo’, do Messias, do Professor ‘Girafales’, do ‘Tiradentes’, do ‘Canibal’, do ‘Zumbi’...? Lembra-se de outras ‘denominações’? Que bom! Todas são reveladoras de algo, desnecessariamente aquilo que o sujeito gostaria de ser chamado. ‘Apelidar’ é coisa dos jovens? Não somente! Nas forças armadas você ganha um nome chamado de ‘guerra’. Na verdade é um ‘apelido’ – de certa forma - enrustido. ‘Alcunham-se’ as pessoas, por brincadeira ou por qualquer motivo que chame a atenção.
O Zé da Padaria, o Careca, o tio Magrão, o Surfista Sarado, a Dona Mariquinha, a Cheirosa, o Alemão, o Caboclo e outros tantos cognomes, circundam o nosso meio. ‘Apelidos’! São ‘ferramentas’ interativas. Há um Zecão que não toma banho, que bebe bastante, que é ‘feio’, que detesta trabalhar e que exala um mau cheiro. O tal Zecão tornou-se um personagem cômico ‘micro-regional’. ‘Apelido’ é uma identificação pessoal de um ser. Conheces o baixinho? Quem, o grandão ou o pequenino? O grandão! Mas por que chamá-lo de baixinho? Não sei! Acredito que ele, grande, quem sabe, possa-se inferiorizá-lo ou fazê-lo sentir-se ainda maior com um apelido contrário. E se ele for baixinho mesmo? Imaginações semânticas e verídicas! É sinal que ele não cresceu! He, He, He...

ESCREVER!!!

(CRÔNICA) ESCREVER!!!
Prof. Joceny Possas Cascaes. joceny@terra.com.br

Escrever a quem? E, falar sobre o quê? Eis uma questão ou uma solução. Ensejo registrar, meramente, a escrita da pergunta ou da resposta. Contudo, diante de parvas palavras, o que fazer? Minha ‘chaga-paixão’ (por tudo) me impede de registrar o que penso. Então, resta-me buscar algumas notívagas palavras. É dia claro. Encontro-me no escuro de minhas próprias letras: embaralhadas, ultrapassadas, fúteis (no sentido de levianas), frívolas e...
Escrever é um dom. Mas, se tudo se aprende, quem sabe, esqueci-me dessa aptidão. Enterrei os meus argumentos. Pior! Esqueci o lugar. Debalde, busco encontrar a arte. Porque a escrita é uma ‘expressão-correspondência’. Necessita de certa habilidade para conduzir as palavras, para ordená-las no papel. Sopa de letrinhas!!! É quase impossível organizar as letras para poder digeri-las e para mostrá-las a alguém. Então, permanece a indigestão. Congestão casual do uso das ‘letras-palavras’.
Esvai-se minha oportunidade. Meu momento passa. Surgem outros, mas continuo sem êxito. Ando perdido dentro de mim e lá no fundo do coração e/ou d’alma desaparecidas estão as afirmações e as declarações que penso em anotar. Busco registrar para o eterno, o lugar que desconheço. As nuances da escrita me confundem. Nirvana! Completa quietude. Ablução... necessito de um banho de purificação. Há de surgir um ritual, uma liturgia da palavra escrita. Quero me banhar.
Admiro-te e respeito-te letra. Minha atual essência se encontra na entrelinha que nesse instante está apagada. Por isso, como prosseguir!? Como e o que escrever? A palavra é um símbolo. Um signo que serve para designar coisas do mundo físico e psíquico. Amputado está o meu ‘espírito-criador’. Lembro-me pouco do espaço físico e de minha psique. Minha mente – deveras - mente. Verdades são para amadores. Elas existem apenas no imaginário de quem pensa que a mentira está fora dessa tessitura.
Reflita-se: na durabilidade da verdade se deita, preguiçosa, a mentira. O que hoje acreditamos, amanhã poderá nos derrubar, alquebrar-nos. Escrever é sempre perigoso. Aquilo que é dito permanece no papel. Dizer falando é mais fácil. O que é expresso oralmente entra, mas logo parte. Se não for gravado se torna difícil reprisar. Interpretações são inúmeras. Ninguém vê a mesma casa do mesmo jeito; o mesmo carro da mesma forma... Escritas sofrem ações pessoais. Vários serão os comentários.
Antanho! Outrora sempre foi assim. Interpretações deixam de ser atuais, fazem parte da ordem pessoal. Eu, tu, ele, nós vós e eles. Pessoalíssimo. Podem explicar (coisa qualquer), mas o meu ‘jeito-interpretação’ se fará presente. Minhas emoções, minhas razões, minha educação, minhas histórias da vida é que contarão... Estas é que lerão o texto. Leituras desbotadas e inférteis podem ser coloridas e fecundas a outros. Todo texto é um pretexto.
Contudo, desculpas são cabíveis e aceitáveis. Querem ressuscitar o verdadeiro. Faltam-me motivos para impedi-lo de escavar, de permitir que saia de seu sono eterno e de vir à baila. Taciturno, prossigo. Não sigo lendas e tento me abster dos mitos. Mas, e as palavras!? Creio que continuam distas. Como evitar os mitos se, de certa forma, existem? Se nos são repassados, através de gerações, como princípios certos? Alerta! A palavra poderá explicar, mas somente àqueles que acreditam no poder do ‘pessoal-conhecimento’.
É impossível digerir com prazer o desconhecido. Palavras acres são entediantes. O aprender a ler faz parte da obra. Obra da escrita que se tornará leitura. Ato ‘transecular’ que exige transcendência. Mas, como ler o incompreensível? Nos contornos da própria linha-limítrofe. Aquela que estará sempre no limite do compreensível e enigmático. Compreensível para quem sabe que é impossível tornar suas (na íntegra) as palavras de alguém e enigmático aos que pensam que saber ler é entender o superficial daquele que escreve. Entrementes, encontrei algumas palavras!!! Onde? No interior de meu próprio esquecimento...

IM-POTÊNCIA!

(CRÔNICA) IM-POTÊNCIA!...
Prof. Joceny Possas Cascaes. joceny@terra.com.br

Há um fenômeno interessante que acontece com algumas sociedades de ‘vespas’. A rainha, enquanto produtiva, expele um cheiro característico (uma substância química – feromônio) que, nesse caso, serve para intimidar e mostrar quem ‘manda’ naquela sociedade. No entanto, quando essa substância acaba, as ‘guerreiras-filhas’ percebem e começam a agir celeremente: instintivamente, atacam, em grupo, a ‘vespa-mãe’ e a matam. Havia uma potência, uma capacidade sexual que, quando acabou, tornou vulnerável a rainha. Por quê? Simplesmente, porque deixou de servir!!!
‘Potência’ é uma força aplicada, uma capacidade de realização, uma representação de virilidade, um poderio... Poderio? ‘Yes”!!! Poder se transforma em potência. Tipo o ‘cara’ que toma um energético ou que vai à academia malhar e que utiliza anabolizantes para se sentir mais forte. O ‘viagra’ pode ser utilizado como outro exemplo de aparente ‘poder’ viril. As bebidas alcoólicas, alguns remédios, as ‘drogas’ do submundo social, também. Mas cuidado! Com o quê? Com os efeitos colaterais ou com as frustrações que podem advir quando se utilizam esses subterfúgios. É que essas ‘coisas’ fazem parte do rol das irrealidades. Deixam de ter concretude!
É lógico que, além dos exemplos citados, existem outros. Essas ‘potências’ são uma maneira de enfeitar, de disfarçar ou de tentar dar brilho a ‘impotência’. Ei! Você não consegue clarificar o assunto? Vá por parte! Vejamos... Quando uma pessoa enfrenta outra numa eloquente discussão, é possível que se faça presente o ‘poder’ de persuasão, aliado ao da intimidação. Nesse caso, pode-se sentir medo pelo fato de se perceber ‘potência’ na pessoa com a qual se lida. Assim, acaba-se por se sentir frustrado ou ‘impotente’ mediante o ‘assustar’ da pessoa que demonstra ter ‘potência’ (poder, força...). Essa sensação de ‘impotência’ pode resultar em recolhimento da pessoal ‘guarda’.
Mas essa atitude poderá fornecer ‘poder’ ao outro também e, quem sabe, isso resultará em briga ou numa postura que deixará de aceitar a intimidação. Pura noção de ‘potência’ com fortes resquícios de ‘impotência’. A perda de um ente querido; o término de um namoro; uma discussão; um acidente; a falta de dinheiro, o leite derramado... São acontecimentos que, muitas vezes, transformam-se em ‘impotências’. Existem momentos em que a ‘potência’ precisa ser elevada... Tentarei clarear! Diz o ‘Aurélio’ que ‘elevar a uma potência’ é multiplicar uma quantidade por si mesma tantas vezes quantas forem as unidades da potência. Uma vez um, resultado, um.
No entanto, quando se dobra uma potência, o resultado será quatro. O sujeito foi ao consultório médico (retorno) mostrar os exames e foi alertado que teria – aproximados – seis meses de vida, e viveu mais dez anos. Outro, mal sabia nadar, mas quando o barco em que estava virou, há uns dois quilômetros da costa, conseguiu – embora exausto – chegar com vida à praia; um acidente de carro fez com que uma das pernas (a partir da parte superior do fêmur) do acidentado precisasse ser amputada, depois de recuperado passou a fazer coisas que antes nunca se atreveu fazer: subiu uma torre de telefonia celular com mais de quarenta metros de altura, com uma perna só.
‘Impotência’ é ver ou escutar algo errado e não poder fazer nada; é presenciar as agressões ao Planeta e se calar; é um ‘eu’ meramente egocêntrico; é perceber – silenciosamente - que as leis, em geral, favorecem os mais fortes; é um entregar-se antes que a viagem acabe... Quando a ‘potência’ enfraquece começa-se a se sentir como a ‘vespa-mãe’. Forças antagônicas ‘naturais’ darão conta de derribar o que dantes fornecia ‘potência’. Com o passar do tempo, o enfraquecimento é inevitável. Impotência à vista! Mas, o que é pior? Um idoso ou um jovem que se sentem ‘impotentes’? Há um fator de ‘potência’ proporcional que está dentro de cada um e que tem a ver com as histórias pessoais de vida. ‘Potência’ não é uma constância... Mas, como é ruim entregar-se à ‘impotência’, sem ao menos ‘re-lutar!!!

MEIA-NOITE: e o meio-dia!

(CRÔNICA) MEIA-NOITE: e o meio-dia!
Prof. Joceny Possas Cascaes. joceny@terra.com.br

Há uma ‘meia-noite’ que começa às 19h e termina às 5h da manhã. No entanto, o ‘meio-do-dia’ começa às 5h e termina às 19h. Será??? Portanto, o dia se torna maior do que a noite. Mas, se o dia tem 24 horas, a noite terá quantas horas? Isso é um tanto complicado. Perco-me nas noites e me encontro nos dias. Às vezes, ao contrário – distancio-me de mim mesmo durante os dias. Mas, no final, sempre encontro o que quero. Pode demorar, mas acho. O problema é quando não sei o que perdi e nem o que quero encontrar. À meia-noite é quase sempre enigmática. É a hora dos sonhos ou dos pesadelos; de assistir ao bom filme ou de ler; de simplesmente ficar acordado; ser o nobre momento dos que a desejam. Mas, pode ser a hora do embalo da festa. O momento ‘ofegante-proveitoso’ da balada. Para quem gosta! - Claro?
Não? Que bom!!! O escuro é o reverso. Nesse caso, o lado contrário ou avesso ao que se observa. Ao deixar de estar claro, a tendência será ficar escuro! Quem sabe... Poucas ‘coisas’ fazem parte da lista das afirmações. No entanto, o ‘meio-dia’ é pungente, reflexivo. Golpeia-nos com a sensação da clarividência, com a essência daquilo que se vê com clareza. Mais um ‘meio-dia’ pela frente. Quem bom!!! Perplexidade do dia ou de uma noite que advém ou que há de vir. Ponteiros de um relógio que se unirão novamente, superiormente. Um maior, outro menor. Doze ou vinte e quatro batidas. Meramente, sentidas.
Um meio que pertence ao dia e outro que se entrega à noite. Ambos fazendo parte do espetáculo do dia, quando considerados vinte e quatro horas. É que a noite está embutida, foi curtida ao dia. Tornaram-se irmãos inseparáveis. Mas, a realidade do dia não é a mesma da noite. Por quê? No cair da noite há tempo para se curtir os momentos de nostalgia, e no dia há muita correria. Nem sempre foi ou será assim. Em tudo há um fim! Isso pode ser chamado de ‘re-inícios’. Novas oportunidades. A noite acaba e surge o despertar do dia. Uma ‘re-inovada’ noite vem, mas um dia que se vai.
Tudo volta, transformado. Nada é por acaso! Os acasos são casos que pensam ser diferentes. O calor da noite está no segredo de se viver bem o dia. Segredo? É algo que não deve ser revelado. Nisso há mistérios cheios de segredos reveladores dos momentos que se tornam enigmáticos. É que o segredo deve ser revelado naturalmente, caso contrário, guardado. A meia-noite revela-se, diariamente, ao meio-dia, mas continua guardando seus casos secretos. É que o dia e o seu meio também são possuidores de sigilos. Quem não os tem? Reforça-se a importância que tem o dia na vivência da noite.
Inexiste noite sem dia e vice-versa. Um ‘in-dependente’ do outro. Quando a noite chega traz junto parte significante do dia. Noites não surgem por acasos. Lembra-se que os acasos inexistem? Assim como os dias, às vezes, restabelecidos, retornam para propiciar mais um espetáculo de luz, de sintonia interior. Sinfonia! A busca da harmonia. Mesmo que seja desarmônica. Basta encontrar-se na desarrumação. Quem é organizado, que bom! Mas organização não é tudo. O que importa é a aceitação, a viração e o entendimento daquilo que se costuma ser.
Penso que as ‘meias-noites’ e os ‘meios-dias’ são divergentes. Nunca se manifestam organizados. Uns gostam mais das noites e outros, dos dias; há os que preferem as auroras, e os que curtem os ocasos (nada de acasos). O entardecer é lindo, o amanhecer também. Imagine as noites? São mágicas, tranquilas, sedutoras, serenas... Ah! O orvalho ‘refrescante’ que consola; a paixão que se transforma em amor e que, nessa hora, entrega-se. O dia ‘re-nasce’, chega seu meio. Embevecida, a ‘meia-noite’ continua a esperar a passagem desse dia. E nessa espera lancinante, descansa acordada para bendizer o meio-dia e todo o seu novo dia. É que as meias-noites estão nos meios-dias e os dias descansam na paz de espírito das noites que são acolhedoras. Meias e meios que tornam solenes os dias e também as noites. Prontos para serem saboreados!

O NOEL...

O NOEL...
Prof. Joceny Possas Cascaes joceny@terra.com.br

Uma das versões da história conta que São Nicolau nasceu no século IV, na cidade de Myra, atual Turquia. Dizem que fez vários milagres, mas foi sua bondade junto com a prática de distribuir presentes às crianças que o tornou conhecido. Esta atitude de devoção espalhou-se e surgiu daí a figura representativa do Papai Noel. Pausa! Necessita-se saber por que o chamam de bom velhinho. Quando o Papai Noel surgiu – seduzindo a imaginação dos adultos e das crianças – já possuía uma idade avançada.
Será que é por causa disso que ele é chamado de velhinho bom? (...) Se o Papai Noel daquele tempo já era ‘velhinho’, logicamente, hoje já teria que ser, no mínimo, um ‘Tatatatataravô’ Noel. Porém, continua Papai. Que bom!!! Mas, é época em que o Noel – que mora na Noruega (lugar de frio extremo) - começar a se preparar para o Natal. Suas oito renas são sempre bem cuidadas. Precisam estar bem alimentadas para puxarem os trenós, cheios de inúmeros presentes, por extensivos quilômetros.
A preparação para a viagem, ao redor do Planeta, acontece com uma semana de antecedência. Todos os pedidos, que já foram analisados e revisados, feitos através de cartas, são arrumados pela equipe do bom velhinho, por ordem de entrega. Há presentes para todos os gostos e brinquedos para todas as crianças. Opa! Preciso de um momento para “re-pensar”... Quando, naquele tempo, São Nicolau distribuía presentes em sua cidade era bem mais fácil fazê-los chegar às mãos de todas as criancinhas.
Esta prática tornou-se um hábito nos países cristãos, então pelo aumento do número da população mundial – sendo dois bilhões de pessoas cristãs – ficou mais difícil entregar os presentes. Será que é por causa disso que nem todas as crianças cristãs do mundo recebem presentes? Há dúvidas... Nesse caso, por que disseram que o Papai Noel entregará brinquedos para todas as crianças? Quem sabe, os brinquedos sejam entregues somente às crianças que escreveram ao Noel ou para aquelas que se comportaram durante o ano!!!
Mas, chegou o momento esperado em que o Noel começa a se vestir. O traje vermelho, o cajado, o saco... Os últimos presentes são colocados no trenó; as renas ajeitadas. Oh! Oh! Oh! Acenos vários. Aconteceu o instante da partida. Destino: entregar presentes às criancinhas – nos vários lugares do Mundo. Lá vai o velhinho entrando nas casas pelas chaminés das lareiras. Ih!!! Agora clarificou. O Noel só entra em casas que têm lareiras. Mas, será que é isso mesmo? Se isto for verdade, no meu lar ele nunca entrará. Desta forma, ele deixará também de entrar na casa de milhares de crianças. Por quê?
Lareiras só existem em regiões frias e desenvolvidas – em locais gélidos e pobres inexistem ou são escassas. E, como são entregues os presentes em regiões quentes, onde o uso de lareiras é dispensado? Por isso, peço piedade aos seguintes “Noéis”: Santa Claus (EUA e Canadá), Kriss Kringle (Alemanha), Papa Noel (Países de língua espanhola), Pare Noel (França)... Também, ao Noel Papai brasileiro. Tenham, por favor, compaixão das criancinhas. As crianças não precisam, apenas, de um ‘Pai Noel’ entregador de brinquedos ‘bufão’.
Elas – as crianças – precisam de alguém que as ensine a sorrir, sim. Que mostre o riso da esperança, da pura alegria, que alimente o regozijo da espera de um bom futuro pessoal, profissional e planetário. Porque o Noel – de qualquer lugar – antes de distribuir presentes, deveria ensinar as pessoas a pensar no nascimento de Cristo, para proporcionar oportunidades de reflexão da ‘vida’. Portanto, que o dia 25 de dezembro seja repleto de motivos para se comemorar os novos nascimentos. Que “re-surja” um sensato Noel, que entre pela porta – indistintamente – das casas ensinando as pessoas a viverem diariamente o amor, preferencialmente, incondicional...


OPACIDADE!

(CRÔNICA) OPACIDADE!
Prof. Joceny Possas Cascaes. joceny@terra.com.br

Penso que aprendi – em parte - o significado de uma nova palavra. Qual? Opacidade! Será que isso possui alguma relação com o social ou com os fatos de uma cidade? Nada a ver. Talvez, muito a ver. Então, explique-se. Lembra-se do Alexandre? O grande? Não! O Garcia, o jornalista da Rede Globo. Num ‘belo’ dia, abri a minha caixa de correio eletrônico, e eis que me deparo com um vídeo intitulado ‘Opacidade’. Do que tratava tal vídeo. De questões ‘político-partidárias’. Deixa de ser leviano! Imprudente, eu? É que detesto julgamentos precipitados. Os fatos podem ser contraditórios. Por isso, desejo falar de algo que vi e ouvi.
Porém, isso não significa que minha opinião estará certa, mas farei o possível para narrar, com firmeza, a pessoal conclusão tirada de tais imagens. Então, ‘desembucha’ de uma vez. Calma! Minha afirmação pertence ao rol das coisas pessoais. O que pode se tornar público precisa ser repensado. Do silêncio as pessoas, quase nunca, arrependem-se; das palavras ou insinuações podem se esvair mágoas. Mas, a reportagem que Alexandre Garcia falava era séria. Creio que do tipo que merece atenção por parte de quem se preocupa com o ‘bemestar’ social. Porque a política, de certo modo, é a mãe do ‘Estado’ e esse ‘Estado’ somos nós, enquanto nação, a ser um dia, organizada.
Tratava-se de uma transparente denúncia. É que, segundo o jornalista, depois que o Governo Federal instituiu essa ‘tal transparência’, muitos fatos mudaram. E para variar, os ‘senadores’ resolveram dificultar o acesso às informações. As perguntas dos jornalistas, dirigidas ao ‘senado’, devem ser formalizadas por ofício num prazo de cinco dias de antecedência. Segundo ‘Alexandre’, o senado corrige seus males escondendo as informações. Diz ainda: ‘o governo militar acabou com a pobreza chamando o pobre de carente’. Quer dizer, o pobre continua pobre, mas, travestido de carente. Com cinco dias para responder as perguntas dos jornalistas, o senado fica com tempo para camuflar os desvios e destruir as possíveis provas...
Termina sua fala dizendo: “baixa-se, portanto, a ‘opacidade’ contra desvios que afetam a constitucional moralidade”. Contudo, você ainda não explicou o termo ‘opacidade’. É que costumo ‘matutar’. Quando posso, aproveito as oportunidades. Como assim? Veja bem! ‘Opacidade’... Pode haver ‘mil’ significados ou apenas ‘um’. Veio-me à mente alguma relação com algo que pode ser ‘opaco’. Mas, como a dúvida permanecia, abri o pai dos ‘burros’. Pai dos ‘burros’? Sim, o dicionário! Conta-se, em uma das versões, que esse ‘termo’ tenha surgido porque – inicialmente - os dicionários possuíam capas vermelhas. Para ‘Machado’ (Dicionário etimológico da língua portuguesa – 2ª. ed., Lisboa, 1967), “o nome ‘burro’, para o animal, origina-se do nome latino ‘burrus’, que designa a cor ruça ou encarnada”.
‘Opacidade’! Ao consultar o pai dos (!!!), deparei-me com as seguintes definições: 1. Qualidade de opaco; 2. Lugar sombrio; sombra densa. Procurei associar o termo ao final das palavras de ‘Garcia’, o jornalista. Nesse caso, acredito que o jornalista tenha chamado o ‘senado’ de um lugar sombrio ou, quem sabe, de uma sombra densa. A dúvida há de permanecer... Por quê? Simplesmente, porque esse é o meu jeito de pensar, e pode não ser o seu. Que bom pensar assim! Dessa forma, podemos continuar nosso diálogo. Nossas verdades, que podem ser mentiras, mesclam-se nas diferentes visões e, dessa maneira, são melhor entendidas.
Mas, no início de nossas falas, você disse que esse ‘termo’ podia ter alguma relação com o social ou com as pessoas que moram na cidade. Sim, respondi: nada a ver ou muito a ver. Veja bem! No senado brasileiro são aprovadas e desaprovadas muitas normas ‘sociais e políticas’. As cidades formam um complexo demográfico fracionário do ‘Estado’. A política é a ferramenta indispensável de agregação de valores e desenvolvimento de uma nação. Assim, a relação, quanto ao que o ‘Alexandre’ falou, quem sabe, possa ser realizada. Mas, espero que esse ‘lugar sombrio ou essa sombra densa’ (a preocupação do repórter) - urgentemente – transforme-se. E não adianta pensar que é só o ‘senado’ ou os políticos que devem mudar. Somos nós, enquanto ‘cidadãos’, que precisamos dar o primeiro passo. Mais ou menos opaco?! Mas, avançar... Hum!

UM QUERER AJUDAR: Nietzsche nesse cenário...

(CRÔNICA) UM QUERER ‘AJUDAR’! Nietzsche nesse cenário...
Prof. Joceny Possas Cascaes. joceny@terra.com.br

Li alguns livros da coleção ‘Os Pensadores’ e me apaixonei pelo livro e pelas palavras de Nietzsche (Friedrich). “Assim Falou Zaratustra”, então, é uma obra literária não muito simples, mas, ao mesmo tempo, espetacular. Repleto de sábias metáforas, difíceis de serem entendidas, talvez porque, como diz em seu início, é ‘um livro para todos e para ninguém’. Estou ‘saboreando’, ‘um procurar-saber’ (saber-sabor) da quarta releitura. Mas, no livro ‘O que é nobre?’, ‘Nietzsche’, numa das partes que me chamou mais atenção, fala que “também o homem nobre ajuda o infeliz, mas não, ou quase não, por compaixão, mas mais por um ímpeto gerado pelo excedente de potência” Eis, o além-do-homem...
E eu que, às vezes, penso saber, senti-me intimidado com tamanha sapiência. Quem sabe, seja porque suas palavras colidiram com o interior de uma pessoalidade que necessita de – constantes - reforços. Existia algo que me fazia agir dessa maneira. No entanto, precisava de sabedoria superior para comprová-la. O saber vicia e o não-saber pode secar ou cegar. Tanto faz!!! A escolha, de certa forma, é pessoal! Inexistem rios sem corredeiras?... Porém, vejo que há corredeiras sem rios! Ajudar é um verbo, dos transitivos, forte. Nem todos estão preparados para prestar auxílios. Há fazeres exigentes, tipo aqueles que aguardam retornos.
O ‘sujeito-político-partidário’ faz, porque aguarda o retorno na urna; o ‘sujeito-diretor’ da empresa faz, porque quer vender o seu produto; o ‘sujeito-cidadão’ faz, esperando que possam fazer por ele também; o ‘sujeito-pedinte’ redime-se, para que a compaixão faça acontecer o milagre da oferta... O detalhe deve estar, apenas, no ‘fazer’ - no prestar auxílio quando se achar que algo precisa ser melhorado e de maneira natural, sem imposições e nem tolos desejos de regressos. Eis o dilema! Como agir dessa maneira se a educação impõe regras sociais? Somos mundanos! As aspirações fogem, constantemente, daquilo que corresponde ao ato civilizatório e faz com que se busquem os prazeres materiais. Satisfação pessoal!
O ‘outro’ continuará sendo o ‘outro’ enquanto deixa-se de se colocar no lugar dele. Nada de piedades! Isso é piegas, algo que provém de um sentimentalismo bobo. Mas, ter potência pode significar um ir além ou um retornar; um ultrapassar o limite de um saber que sabe o quanto há em aprender; um ajoelhar-se para não ser humilhado e nem humilhar; um estado de puro desejo pessoal que passa a ser transferido ao outro... Excesso de potência! Ajudar sem requerer nada. Fazer porque deve ser feito – sem dependências recíprocas. Gosto da definição da palavra solidariedade que vincula o indivíduo à vida, aos interesses e às responsabilidades dum grupo social, duma nação ou da própria humanidade.
Frouxos, robustos e transparentes vínculos à pessoalidade, ao social que pertence ao coletivo, ao cultural, às normas que devem ser comuns a todos... Existem várias maneiras de ajudar o ‘outro’. Contudo, ajudar pelo simples fato disso fazer bem a si, porque outra pessoa deixou de fazer ou, meramente, porque precisa ser realizado, pode ser superior. E ser superior é justamente, por estar acima ou, quem sabe, por saber mais, deixar transparecer o lado em que a humildade passa a transcender a própria superioridade. Quem sempre cede, numa possível discussão, não é quem não sabe, e sim quem mais sabe que não sabe.
Nietzsche é um precursor desse ‘não-saber’ consciente. Fala com propriedade! O livro ‘O que é ser nobre?’, também deixa de ser um escrito qualquer porque passa a fazer parte daquilo que é do eterno. Quando fala em ajudar o próximo, simplesmente, pelo ‘ímpeto gerado pelo excesso de potência’, reafirma o que pensa sobre o ‘além-do-homem’. Alguém que, por ser nosso ‘semelhante’, possui o direito de pensar diferente; que, ao amar a si, consegue transferir amor igual ao outro. Um amor que por ser ‘irreconhecível, nunca é total. Mas que, por se ter ciência disso, ama, sem desejos de fúteis e infundados retornos. Porém, leitor! Que essas palavras sirvam de reflexão consciente de um – mero – pensar que busca o ‘intercâmbio’ de ideias, para continuar a entender um ‘não-saber’ que procura ajudar e que quer continuar a ser ajudado, apenas...

UM SONHO DE LIBERDADE

UM SONHO DE LIBERDADE! Um – mero - refletir...
Prof. Joceny Possas Cascaes. joceny@terra.com.br

Assisti ao filme: “Um sonho de Liberdade” com Tim Robbins. Considerei um daqueles momentos graciosos em que o ‘eu’ da gente mexe. O sujeito – Diretor de um grande banco - é condenado à prisão perpétua por ser considerado o assassino de sua esposa e do seu amante. Vive cenas de pavor, seguidas de brigas, ódio e de humilhação em seu cárcere. Faz ‘amizades’ e firma uma com o ‘cara’ que é conhecido por conseguir ‘quase-tudo’ naquele cubículo. Passa vinte anos preso e sem que ninguém perceba, arquiteta um plano - eficaz - de fuga. No transcorrer do filme, descobre-se que ele é inocente e manda-se matar o ‘cara’ que poderia servir como sua testemunha. Esperanças - quase – perdidas que foram realimentadas.
O filme é bem mais complexo e completo do que foi descrito. No entanto, penso que seja bom quando nos sentimos envolvidos por algo. E o filme, deveras, seduziu-me. Prisão, rancor, abandono, sonho, esperança, liberdade... Engraçado! Estou em liberdade e, por vezes, sinto-me um prisioneiro. O que você está querendo dizer? É que sou prisioneiro de mim mesmo, das leis, do outro, do meu trabalho... Pois, talvez, liberdade seja o cárcere de quem sabe se portar socialmente. E eu penso que não aprendi – integralmente – a me portar no meio social. Por isso, algumas vezes, sinto-me liberto e, em outras, transformo-me num presidiário de mim mesmo.
Para Leonardo Boff “Libertação significa a ação que liberta a liberdade cativa. É só pela libertação que os oprimidos resgatam a auto-estima. Refazem a identidade negada. Reconquistam a pátria dominada e podem construir uma história autônoma, associada à história de outros povos livres”. Liberdade!? Essa ‘coisa’ que faz com que tenhamos que nos comportar de acordo com a cultura com a qual interagimos? Posso ir, sempre, à praia de calça jeans e de sapato; à casa de campo de ‘sunga’; ao casamento, em que todos estão de traje chique, de traje esportivo; a uma entrevista de emprego de bermuda; fazer uma viagem de carro, com a família, numa velocidade média de cento e vinte quilômetros horários e levar sorte de não sofrer um acidente ou de ser multado...
Será que posso fazer essas coisas realmente? Tenho que estar – totalmente – desprovido da noção do que é certo e do que é errado ou, quem sabe, sentir-me um ser diferente dos demais, tipo um anarquista assumido, para poder em constância fazer o que deixa de ser comum ao social. Diz um ditado popular: “se você vai a Roma, seja um romano”. Assuma modos parecidos aos do povo daquele país, mesmo que você se sinta um peixe fora da lagoa. Somos seres que costumam, com o tempo, se adaptar. No entanto, essa tal liberdade sempre me pega de surpresa. Quando desejo realizar algo que infringe as leis ou as normas sociais, acabo por ter que repensar minha atitude em respeito e em cuidado a mim e ao outro.
Percebo que a liberdade, em sua essência, deixa de existir. Em minha própria casa, muitas vezes, sinto-me um prisioneiro. Nem os animais podem ser considerados livres. A cadeia alimentar, a desumanidade e a ambiência, muitas vezes, não permitem. Mas, o filme a que assisti, que aborda o tema liberdade, fez-me refletir! Vinte anos encarcerado, pagando por um crime que não se cometeu. Numa certa noite, o plano de fuga que se sonhou e não foi abandonado durante esses, quase eternos, anos, dá certo. Enfim, a liberdade alcançada. Algumas questões da nossa vida são diferente daquilo que pensamos ser. Sou um cidadão liberto que vive a sentir-se como um preso, por causa de inúmeros motivos já abordados que, muitas vezes, são fantasiosos. Urgente! Preciso rever meus princípios. Ei! Começo a sentir-me um ‘cidadão-livre’ – dentro, é claro, dos limites pessoais e sociais...