Seja bem-vindo(a)...

Dormente que assenta o trilho.
Que dorme... Indiferente!
E no balouçar das máquinas e dos vagões
- estremece. Não mexe. Aceita a sina.
Que paralela ‘trans-passa’ seu dorso
Na ânsia de vê-lo passar. Quem?
Rotineiramente, o trem.
Não necessariamente...
(Prof. Joceny)







terça-feira, 10 de agosto de 2010

(Crônica) 0 PAPEL!

(CRÔNICA) O PAPEL!Prof. Joceny Possas Cascaes. joceny@terra.com.br

O ‘papel’, de certa forma, pode se tornar engraçado ou, então, se alguém preferir, interessante. Ele aceita ‘quase tudo’... ‘Quase tudo’ – como assim? Bom! Li e fiz o teste (curiosidades): uma das ‘coisas’ que o ‘papel’ não aceita é ser dobrado mais de sete vezes ao meio. E quanto ao restante, o‘quase tudo’ que falas? ‘Papéis’ são ‘papéis’! Há ‘Papéis’ de paredes; aqueles dos quais se fazem jornais, revistas e que são usados em embalagens; outros que servem para embrulhar ‘coisas’, os que são utilizados em situações que exigem higiene, nas dobraduras... Há ‘papéis’ vermelhos, pretos, amarelos, azuis, coloridos, molhados, novos, velhos, desbotados... Existem também os ‘papéis’ secundários e os principais. Sobre o que falas? Das representações teatrais, novelísticas ou cinematográficas e também dos ‘papéis’ sociais.
Estás enveredando a prosa. Quem sabe, fugindo do contorno ‘norte’ e dirigindo-se para o ‘sul’. Que bom que isso aconteça, assim o ‘norte’ (o rumo, o viés), tem possibilidade de ser ‘re-definido’ e ‘repensado’. Ao invés de nos dirigirmos sempre ao ‘norte’, possamos também nos dirigir ao ‘sul’, ao ‘leste’, ao ‘oeste’, ao ‘sudeste’ e assim por diante. É que os atores coadjuvantes – quase sempre – seguem seus ‘destinos’ baseados – sem muitas vezes perceberem - nos protagonistas. A impressão que se tem é que os atores principais, nos diferentes tipos de representações, é que determinam o ‘sul’, digo o ‘norte’ de qualquer história. Queóps, Cleópatra, Jesus Cristo, Napoleão, Hitler, Margareth Thatcher, Gandhi e inúmeros outros personagens principais, que podem ser considerados do bem e/ou do mal, ajudaram a ‘des-construir’ a história universal. É claro que os atores ‘coadjuvantes’ possuíram e continuam a possuir relevância na ‘apresentação-representação’ dos fatos sociais. Tanto que várias greves e conflitos sociais (desagrado do povo, dos atores considerados secundários), ao longo da história, também ajudaram e continuarão a mudar o rumo de muitas histórias e de muitos ‘status-quo’ (normas e leis, ordens sociais).
É notório que os ‘povos’ sempre tiveram seus representantes, seus dirigentes. Em grande parte, porque alguns líderes acabam se tornando ‘necessidades’. Pessoas que, por escolha, por imposições, por descendências, por ‘falcatruas’, por naturalidades cumprem ‘papéis’ ‘ir’-‘relevantes’ socialmente. O fato é que por conta desses papéis a construção histórica humana – em parte – declinou ou definhou. Como assim? Muitos líderes (não só políticos) prevaleceram-se, usaram seus cargos e prestígios para benefícios ‘próprios’. Com o passar dos milhares de anos o ‘Planeta’ (morada dos seres animados e inanimados) começa a pedir ‘água’, a sentir-se ‘doente’.
A Terra possui vida... A força (talvez, nata) do trabalho e as necessidades sociais e pessoais (na maioria das vezes acima de questões que possam ser consideradas sócio-construtivas) vieram e continuam a trazer conseqüências desastrosas para as ‘civilizações’ e o ‘Planeta’ de uma forma geral. Sempre existiram pessoas que cumpriram ‘papéis’ sociais reguladores desse processo. Seres comprometidos com as questões éticas e de cuidado com a ‘Terra’. No entanto, questões culturais, religiosas, filosóficas, educacionais, pessoais continuam a cumprir um ‘papel’ crucial no processo de ‘estagnação’ e de ‘desenvolvimento’ humano. A crise mundial ‘capitalista’, atual, não se centraliza somente no retrocesso do mercado financeiro. Isso apenas faz parte de uma – natural - consequência.
Essa é uma ‘crise’ gerada pela história da humanidade. É uma crise ‘inter-relacional’, ‘existencial’ e global. O ‘capital’ distancia, carcome, utiliza-se e, muitas vezes, descarta... Os menos privilegiados acabam por ser usados, em todos os aspectos. Quem pode comprar vale-se dos benefícios e dos privilégios, quem não pode obedece, ‘escraviza-se’ ou morre na miséria. Ressalta-se que existem várias ‘coisas’ boas por detrás do ‘capital’. No entanto, estamos a ponto de começar a questioná-las. Outra ordem social, mais ‘humana’ e ‘igualitária’ precisa ser repensada e implantada. Senão, o dinheiro continuará a roubar o sonho de muita gente e a deixar muitos países e seus povos na ‘beira da miséria’ e sempre dependentes.
Mas, falava-se do ‘papel’, dizia-se que ele aceita ‘quase tudo’. Isso - retorne-se ao assunto! Alguns permitem que se escreva sobre suas superfícies, por exemplo. Num ‘papel’ em branco pode-se ‘falar’ de qualquer fato e inclusive de qualquer ‘mentira’. Nesse caso, as afirmações podem se tornar perigosas. Elas tentam extrair as ‘dúvidas’ que nos fazem persistir. Minimizam a essência que faz procurar novos saberes. Pois, escrever é uma arte, saber ler é outra. Assim, crê-se que nossa conversa siga adiante... Como assim? As escritas guardam ‘segredos’ que nenhum ‘papel’ dará conta de revelá-los. A essência do que se ‘escreve’ estará sempre na interpretação do leitor...

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